Carta de Belém: professores do AC defendem inclusão de povos tradicionais na gestão ambiental

  • 07/10/2025
(Foto: Reprodução)
Professores Marcos Silveira e Anelena Carvalho da Ufac Arquivo pessoal Um alerta para as crises climáticas na Amazônia com vozes que conhecem a realidade acreana. Essa foi a missão dos professores Marcos Silveira e Anelena Carvalho, da Universidade Federal do Acre (Ufac), que participaram da assinatura da Carta de Belém no último dia 26 no estado do Pará. A Carta de Belém reúne as contribuições de mais de 120 pesquisadores da região e, de acordo com Marcos, representam a realidade de cada estado amazônico. O documento contém alertas e propostas que serão apresentados durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp Um dos principais pontos do documento é defesa do monitoramento a longo prazo de florestas, áreas úmidas e rios em parceria com povos e comunidades tradicionais. 🌳São considerados tradicionais os grupos que têm nos territórios onde vivem e nos recursos naturais que utilizam a condição de sua existência. A medida visa prevenir a mortalidade florestal, riscos de fogo e as secas severas, como as que assolam a região nesta estiagem. "Há protocolos já aplicáveis para restauração ecológica de áreas afetadas por incêndios, especialmente em ramais, roçados e áreas de transição entre o interior e áreas urbanas", disse Marcos, que é coordenador do Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia Ocidental (PPBio), no Acre, núcleo ligado à Ufac. Com isso, foi proposto entre outros pontos, a interligação entre as variedades de espécies e ecossistemas com a diversidade diferentes culturas e saberes dos povos, valorizando o conhecimento ancestral e os modos de vida de povos e comunidades tradicionais para garantir o desenvolvimento sustentável na região. Para a professora Anelena Carvalho, que representou o Campus Floresta da Ufac, em Cruzeiro do Sul, o apelo feito na carta foi por mais investimentos. "Devido à importância do nosso bioma para a regulação do clima e a importância da conservação da sociobiodiversidade para a qualidade de vida das pessoas dentro e fora da Amazônia", disse. LEIA MAIS: Carta Belém: 120 Pesquisadores elaboram documento para ser apresentado na COP 30 Risco a geoglifos e terras indígenas: Justiça derruba flexibilização do licenciamento ambiental no AC Quem são os povos tradicionais do Brasil? Como o clima extremo afeta sua saúde mental? COP30 - Como a floresta produz chuva? O que prevê a Carta de Belém para o Acre A ideia é que as propostas cheguem a todos os níveis da administração pública e que as ideias possam integrar os planos municipais de clima com foco em gestão da água, como os igarapés, nascentes e barrancos dos Rios Acre e Juruá. Entre outros apontamentos, a carta cita: Integração de sistemas para orientar ações de prevenção a queimadas Uso de boletins climáticos para alertar produtores sobre estiagens e ondas de calor Ações de Saúde para vigilância ambiental, animal e humana no combater doenças agravadas pela fumaça. Incentivo à pesquisa na produção de castanha, borracha, óleos, açaí, copaíba e andiroba Promover cartilhas e rádios comunitárias, para prevenção a desastres ambientais. “Os projetos em rede estão prontos e modelam a disponibilidade de água e solo, orientando o uso do fogo zero e calendários de manejo”, destacou o professor. Autonomia comunitária Silveira destaca ainda a importância da co-produção de conhecimento entre cientistas e comunidades tradicionais, sendo indígenas, ribeirinhos e seringueiros, garantindo uma ecologia de saberes no uso e na interpretação dos dados. Para o educador, o intercâmbio intelectual entre quem pesquisa o assunto na academia e quem o vive na prática tende a contribuir para a produção de conhecimento. “As decisões sobre o território precisam ser compartilhadas e baseadas tanto no manejo tradicional quanto nas ferramentas científicas”, avaliou. Ainda segundo Silveira, a carta também pede que o Acre fortaleça sua presença nas negociações climáticas da COP 30, levando evidências produzidas localmente sobre fogo, seca, biodiversidade e manejo sustentável. “O Acre pode ser vitrine de monitoramento e prevenção do fogo", acrescentou. A assinatura da Carta de Belém reuniu mais de 120 pesquisadores da Amazônia Reprodução Reveja os telejornais do Acre

FONTE: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2025/10/07/carta-de-belem-professores-do-ac-defendem-inclusao-de-povos-tradicionais-na-gestao-ambiental.ghtml


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